- No século XVII, a exploração do pau-brasil havia entrado em decadência e não gerava o mesmo lucro do início.
- Então Portugal resolveu investir na plantação de cana de açúcar.
- Essa escolha foi devido ao conhecimento da cultura, ou seja, Portugal já plantava açúcar nas Antilhas, logo, já conhecia as técnicas de plantação e cultivo.
- O clima e o solo brasileiros também eram propícios à plantação de cana.
- O comércio de especiarias também estava em decadência, então era preciso encontrar um novo tipo de produto para conseguir lucrar.
- Assim, se inicia a produção açucareira
A aguardente se tornou popular e consumida cada vez mais por escravos, fazendo com que os vinhos de Portugal sofressem um baque nas importações, então monopolizadas pela Companhia de Comércio.
Em 1647, uma Carta Régia visando à proteção do monopólio português no comércio de vinho e aguardente (chamado de bagaceira) foi expedida, sendo regulamentada em 1649, abriu a exceção de seu consumo para os escravos e em Pernambuco – que se encontrava sob o domínio holandês.
Já no ano de 1654, os holandeses são finalmente expulsos do Brasil e acabam indo para as Antilhas, onde passam a produzir um açúcar mais barato e de melhor qualidade do que o produzido no Brasil. Assim, o comércio de açúcar no Brasil começa a sofrer uma baixa.
No Rio de Janeiro, o governador Salvador Correia de Sá permitiu a comercialização da cana, já que o estado era um dos maiores produtores de cachaça.
Entretanto, decidiu cobrar imposto sobre a produção.
Em 31 de janeiro de 1660, os vereadores aprovaram o projeto de lei, usando-a como alternativa econômica para a crise do açúcar que se instalara.
Porém, os fazendeiros continuavam insatisfeitos. Acharam que a Coroa queria obter uma grande margem de lucro com os tributos e organizaram um motim na região da Baía de Guanabara, onde hoje situam-se as cidades de Niterói e São Gonçalo.
Importante ressaltar também que com o monopólio português sobre a cachaça, o comércio ilegal crescia cada vez mais e os produtores não faziam questão de se esconderem.
Em 1659, com o intuito de coibir a prática ilegal da produção e venda de cachaça, o governo expediu uma ordem em que todos os alambiques da colônia e os navios que transportavam o produto deveriam ser destruídos.
Quando Salvador Correia estabeleceu mais um imposto em 1660 e foi, logo em seguida, para São Paulo, deixando no comando seu tio Tomé de Sousa Alvarenga, os produtores começaram a se reunir para tentar reverter o caos e no mesmo ano, os vereadores sugeriram e conseguiram a liberação do comércio da cachaça, mas essa medida teve que ser revogada porque ia contra as leis portuguesas.
Nos atuais municípios de São Gonçalo e Niteroi, chamados de Freguesia de São Gonçalo, houve rebelião contra os impostos.
Durante meses, houve reuniões na fazenda Jerônimo Barbalho Bezerra e, em 8 de novembro de 1660, os revoltosos, liderados por Bezerra, chegaram ao Rio de Janeiro e exigiram o fim das taxas e a devolução daquilo que já havia sido cobrado.
O cargo foi ocupado por Agostinho Barbalho, eleito pela populaçao e que ao longo dos dias mostrou o seu pouco dom político. Logo foi substituído por seu irmão Jerônimo, um político radical que perseguia e executava jesuítas.
Salvador de Sá que acompanhava tudo a distância, pediu reforços e chegando de surpresa ao Rio de Janeiro, retomou ao poder. Montou uma corte marcial, executou revoltosos e concedeu a pena de morte para Jerônimo Barbalho. Através de uma carta, a Coroa portuguesa soube de toda a revolta e do enforcamento do líder, não gostaram da violência e afastaram Salvador do cargo.
Naquele mesmo ano de 1661 a regente Luísa de Gusmão liberou a produção da cachaça no Brasil. Mas só para exportar para Angola; tomar birita por aqui ainda era crime.
Em 1695, finalmente foi liberada a fabricação e consumo da marvada pinga no Brasil.
No anoitecer do dia 6 de abril, em 1661, Jerônimo Barbalho Bezerra foi decapitado no Largo da Polé, hoje Praça XV, perante a população. Sua cabeça, escreveu dias depois o governador Salvador Corrêa de Sá e Benevides, foi posta “no pelourinho para se conseguir a quietação” do povo. Terminou assim o período de cinco meses em que os cariocas governaram-se a si mesmos, no primeiro exercício de democracia da História do Brasil.
RESUMÃO
1635 – Primeira decisão da corte portuguesa proibindo o consumo de cachaça. Não teve muito efeito prático.
1647 – A Companhia Geral do Comércio passa a deter o monopólio da venda de vinho e bagaceira (destilado português) e proíbe o comércio da cachaça. Mas a bebida começa a ser vendida em Angola.1659 – Portugal manda destruir alambiques. Produtores de cachaça são ameaçados e navios com a bebida são queimados, mas o contrabando cresce.
1660-1661 – Os produtores fluminenses de cachaça se rebelam contra os impostos criados por Salvador Correia de Sá e tomam o poder no Rio de Janeiro por cinco meses, eliminando taxas e liberando o comércio da bebida.
1661- Diante da inutilidade das proibições, a rainha regente de Portugal, dona Luísa de Gusmão, libera a fabricação de cachaça no Brasil
1662 – O padre Antônio Vieira denuncia, em Belém do Pará, a troca de cachaça por índios escravizados.
1670-1675 – O governador do Rio de Janeiro, João da Silva e Souza, torna-se um dos principais contrabandistas de cachaça para a África.
1679 – Ordem da coroa portuguesa proíbe por dez anos a importação de cachaça brasileira em Angola. Mas o contrabando continua, comandado inclusive por governadores do Brasil e de Angola.
1680-1684 – O principal contrabandista de cachaça, João da Silva e Souza, é nomeado governador de Angola.
1690-1694 - Câmara Coutinho é nomeado governador-geral do Brasil e pressiona pela liberdade de comércio.
1695 – Finalmente, Portugal aprova as exportações de cachaça mediante taxas de saída do Brasil e entrada em Angola. Em menos de dez anos, o comércio legal com a África alcançaria 689 pipas (barris) anuais, com 310 mil litros de aguardente.
Um brinde à liberdade – Aguardente virou símbolo das lutas pela independência do Brasil
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